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[Parte 1/2] #mercado Unipar quer comprar Braskem. Como fica | Nord Research

[Parte 1/2] #mercado Unipar quer comprar Braskem. Como fica o acionista minoritário?

Por Danielle Lopes, CNPI

A Unipar (#UNIP6), do empresário Frank Geyer Abubakir, apresentou uma proposta não vinculante para a compra do controle da Braskem (#BRKM5).

Se concretizada, a aquisição da Braskem pela Unipar pode ser transformacional e recolocar a companhia como a maior petroquímica do país e uma das maiores do mundo.

Com a notícia, a ação da Braskem subiu +6% na Bolsa na segunda-feira, 12, porém caiu -1,51% na terça-feira, 13, devolvendo parte dos ganhos da véspera, acompanhando o tom negativo do mercado local.

Sobre a Braskem

A empresa foi criada em agosto de 2002 pela integração de seis empresas da Organização Odebrecht e do Grupo Mariani. Inserida no setor químico e petroquímico, a Braskem produz materiais comuns do nosso dia a dia, como sacolas plásticas, PVC, materiais utilizados em eletrodomésticos, embalagens, calçados e garrafas PET.

Em resumo, Braskem é um negócio de spread. Os resultados da empresa derivam das variações do preço das matérias-primas utilizadas, principalmente nafta (derivada do petróleo), e o produto final (resinas, em especial polipropileno e polietileno) é vendido para setores automobilísticos e construção civil, de acordo com a demanda.

Atualmente, a Braskem se encontra em um cenário de spreads em queda e alavancagem em alta. Na nossa leitura, a empresa precisará tomar uma decisão no curto prazo para sobreviver.

A companhia possui uma dívida bruta atual de US$ 7,6 bilhões e garantia em ações no valor de R$ 14 bilhões para os Bancos Santander, Banco do Brasil, BNDES, Bradesco e Itaú Unibanco. O atual valor de mercado é de cerca de R$ 21,3 bilhões.

Oferta da Unipar tem prêmio de 42,5%

A disputa pela participação da Novonor, controladora da Braskem e ex-Odebrecht, na Braskem, esquentou no último fim de semana.

A Unipar ofereceu R$ 36,50 por ação da Novonor. Esse valor representa um prêmio de 42,5% sobre as cotações de fechamento da Braskem na sexta-feira, 9, na B3 (R$ 25,61).

Na nossa avaliação, a proposta acima é bastante interessante à Braskem por alguns pontos em específico, entre eles (i) o fato de ser 100% em dinheiro, o que supera as condições da oferta feitas pela Apollo e Abu Dhabi National Oil Co, e (ii) de alinhar interesses, como a proposta de redução de corte da dívida por parte dos credores, sendo adicional ao contrato, que será revertida em favor da família Odebrecht (Novonor), que poderá continuar como acionista minoritário no ativo.

Decisão depende da Petrobras

No entanto, o negócio depende de decisão da Petrobras (#PETR4). A estatal é detentora, direta e indiretamente, de 47,0% do capital social votante e 36,1% do capital social total da Braskem.

A principal condição da oferta feita pela Unipar é que a Petrobras não exerça o direito de vender sua fatia de 36,1% da Braskem. Ou seja, a Petrobras poderá seguir como acionista.

Nesta quarta-feira, 14, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse estar confortável com o direito de preferência que a estatal tem sobre as ações da Braskem. Admitiu também que a empresa trabalha internamente para avaliar a possibilidade de cobrir a oferta da Unipar.

Disputa pela Braskem promete ser longa

Braskem também havia recebido oferta conjunta da Abu Dhabi National Oil e da Apollo Global Management, sendo inicialmente um pagamento em dinheiro e o restante em títulos perpétuos (títulos sem data de vencimento) remunerado a uma taxa de 4% ao ano, além do restante a ser pago em warrants (título de garantia que permite que o detentor compre ou venda um ativo), que são tipicamente atrelados às cotações.

A companhia também conversou com demais interessados além da Unipar, como a J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista.

Entre as duas ofertas recentes, a mais atrativa segue sendo da Unipar, pelo alinhamento de interesse com os sócios da Braskem e o pagamento 100% em dinheiro.